A atual secretária de Fazenda de Salvador e presidente do Fórum Nacional de Secretários Municipais de Fazenda da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Giovanna Victer está de volta a Niterói. Mas nada ainda em definitivo, garante a secretaria, que também é especialista em Políticas Públicas e Gestão. Brasiliense, aos 46 anos, ela costuma dizer que 'não adotou Niterói, mas foi adotada pela cidade'. O breve retorno ao município fluminense também precede a chance de uma estadia definitiva, já de olho nas eleições de 2022.
Giovanna comandou a Secretaria de Planejamento e Fazenda de Niterói, durante sete anos, na gestão do ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT), até dezembro de 2020, quando arrumou as malas e deixou o cargo na gestão Axel Grael. Ela estava entre os nomes mais cotados à sucessão do ex-prefeito e afirma que chegou a conversar com Rodrigo sobre a possibilidade, mas no final, o nome de Axel acabou sendo escolhido para a disputa.
Em entrevista ao Plantão Enfoco, Victer elogiou a iniciativa da moeda social Arariboia na cidade e considerou boa a possível candidatura de Rodrigo Neves ao Executivo estadual, diz que o caminho para a despolarização é o diálogo e não descarta a possibilidade de concorrer a um cargo eletivo:
'Pretendo cumprir meu papel em Salvador, mas não descarto'
Voltando a Niterói, pela primeira vez desde que aceitou a proposta de controlar as finanças em Salvador, Giovanna Victer passeou pela Rua Ator Paulo Gustavo, em Icaraí, trocada de nome recentemente em homenagem ao ator niteroiense. Ela se orgulha do trabalho realizado à frente da Secretaria. Segundo ela, após anos de trabalho, o desafio a motivou a mudar para os ares do nordeste.
"Aceitei porque eu já estava aqui em Niterói no chamado voo de cruzeiro, estava um governo organizado, contas em dia, fizemos de tudo. Niterói despontando, renda per capita alta, e resolvi mudar os ares com novos desafios. Salvador é muito grande e desigual. O Neto [ACM, ex-prefeito da cidade] havia deixado tudo certo, elegeu sucessor [Bruno Reis], mas ainda temos muitas coisas a fazer"
A secretaria também comentou sobre a situação política do Estado do Rio. Ela acredita que haverá uma mudança na próxima eleição e considera a atual gestão do governador Cláudio Castro (PL) como inexperiente. No entanto, vê com otimismo os próximos anos para o Rio.
"Estou avaliando a situação do Estado do Rio, certamente a gente vai ter uma mudança para o ano que vem, não tenho dúvidas que temos um governo tampão. o Cláudio Castro foi, por acidente, vice do Witzel e agora vai ser candidato a governador porque ocupa a cadeira, não basta ser um outsider, tem que ter história. A população do Rio não dá mais espaço pra quem não tem experiência administrativa. Quando a gente tiver o governo funcional, aí a chance de termos um grande desenvolvimento aqui é muito maior. O que o Rio de Janeiro precisa hoje é de uma capacidade de governo"
A escolha
Cotada para ser a indicação de Neves quando iria deixar o cargo após dois mandatos à frente da Prefeitura de Niterói, a atual secretaria de Salvador admite frustração ao ter seu nome preterido ao de Axel Grael, mas que já passou e diz que o ex-prefeito da cidade havia conversado sobre a possibilidade.
"Fique frustrada, mas tudo bem, deixei de ficar. O nome do Axel era mais conhecido, tinha sido vice do Rodrigo e política tem um pouco essa coisa da fila, estava na hora dele. Na época do Rodrigo eu me coloquei com uma pré-candidata. Ele me consultou e eu disse que sim, coloquei meu nome à disposição porque reuniram as condições políticas e um projeto. Eu estava sete anos no governo e conheço tudo na cidade"
Eleições 2022
Sobre uma possível candidatura em 2022, Giovanna diz não descartar. Por enquanto, no entanto, ela pretende focar no cargo técnico e ajudar a cidade de Salvador.
"A condição eleitoral pra mim é pra realizar projeto, não é meio de vida. Essa história tá um pouco suspensa. Não está descartada, nem ativa. Mas hoje, não é objetivo. Decidi focar numa experiência de atividade técnica, mas não é uma coisa que eu diga que não vá acontecer. Está suspensa, mas não enterrada"
Com o nome do ex-chefe do Executivo niteroiense ganhando força para concorrer ao cargo de governador do Rio, Victer diz que o estado só tem a ganhar com a experiência de Neves caso vença o pleito do ano que vem.
"O Rodrigo é um político habilidoso, do ponto de vista das alianças, é um gestor super competente, líder, sabe montar equipe, tem visão de futuro, responsabilidade fiscal, entende o setor privado e da economia privada, e uma sensibilidade social imensa. Pensa numa pessoa para assumir o estado nessas circunstâncias de degradação? Se ele realmente se dispuser a ser candidato ao governo do Rio, o estado não pode perder essa oportunidade"
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